Festival Temps d'Images com Ivo Serra, Inês Jacques e Edgar Santinhos

Na quinta-feira 6 de Novembro e na sexta-feira 7 de Novembro, às 21h30, no Pequeno Auditório da Culturgest, terá lugar a estreia da coreografia Tela de Ivo Serra, no âmbito do Festival Temps d’Images; no mesmo dia, às 19h30 e 20h30, será apresentada, no Foyer do Pequeno Auditório, a performance Síncope, de Inês Jacques e Edgar Santinhos.
Esta é a sexta edição do Festival em Portugal – seis anos de reflexão em imagens e em palavras, no ecrã e no palco. O fio condutor deste ano é a questão da transgressão das fronteiras, sejam elas artísticas ou geográficas.
Os bilhetes para Tela têm o preço de 12 Euros; jovens até aos 30 anos têm o preço único de 5 Euros.
A entrada na performance Síncope é gratuita.

Tela
“Corpos que medem, que marcam, que informam, enformam, constroem, subtraem, extraem, criam. Corpos que respiram, que agem, que se encontram, que se cruzam, que comunicam. Corpos que existem, que são expostos à sua própria existência.
A identificação é sempre necessária para se poder existir, identificamo-nos e existimos a partir dos outros, com os outros e entre outros...
Os corpos lançam-se no espaço e no tempo, a visão tece uma parte da memória, a memória cria as referências necessárias e as referências soltam-se na história.
Tela é uma peça com 5 artistas. 5 corpos. 5 pessoas numa performance com um só fim: existir. Sonoridade e texto criam, distendem/ampliam imagens e pensamentos sobre pontos de partida simples, dir-se-ia mesmo sobre um imaginário da banalidade. NÓS – os performers – executamos. É uma questão de sugestão. Ou, simplesmente, de mapear uma experiência. Resta saber, nesse acto de cartografar (coreografar), qual a medida comum dessa experiência.”

Ivo Serra formou-se como actor na Escola Profissional de Teatro de Cascais e tem o 3.º ano do curso de Cinema – Imagem em Movimento do Ar.Co. Desde 2002 integra o colectivo de artistas da Bomba Suicida, onde tem participado em algumas peças dos artistas residentes. A sua primeira criação foi o vídeo Um Passo de Cada Vez, apresentado em festivais em Espinho, Lisboa, Covilhã, Silves, Fundão, São Paulo, Rio de Janeiro e Kaliningrado. Desde então tem vindo a desenvolver os seus trabalhos combinando o vídeo com a performance: Check-In, co-criado com Ana Ribeiro, Bristol in Pieces, com os restantes artistas da Bomba Suicida e os Spaguetti Club, resultado de uma residência em Bristol, a convite do Centro de Artes Arnolfini (Prémio Portuguese Performing Arts Awards 2004-2005), Graffiti, resultado de uma residência na cidade de Nottingham, a convite do Festival Now, When I Fall, peça criada em três partes e desenvolvida durante 2005 e 2006, cuja terceira parte, o vídeo-dança fall, tem tido várias apresentações internacionais em festivais vídeo-dança (Lisboa, Porto, Rio de Janeiro, Joanesburgo). As suas criações mais recentes são Á beira, apresentada em Outubro de 2007 no Estúdio da Bomba Suicida, e o vídeo OANNES, apresentado em exposições e festivais em Almada, Lisboa e Nimes.
Além de ser um dos artistas associados e produzidos pela estrutura Bomba Suicida, Ivo Serra é o responsável pelos conteúdos de imagem e vídeo nos projectos artísticos da estrutura RE.AL.


Síncope
“Lá estava ela no meio daquele espaço de silêncio esbatido, de abandono, composto por carcaças de automóveis empilhados que aguardam pela chegada do tempo para se transformarem em pó. A pele branca contrasta com o ocre do óxido de ferro, com o castanho escuro, com o negro da fuligem. O que a leva a estar ali?? Memórias já sem dono, dispersas e fragmentadas, anacrónicas, depositadas nos restos de coisas que já foram coisas. Ela move-se entre a luz exterior de um sol alto e ofuscante e a penumbra dos interiores das viaturas sinistras. Porque está ela ali? “

Inês Jacques nasceu em Lisboa em 1978. Estudou Dança e Música em Portugal e na Holanda, licenciou-se em Dança – Ramo Espectáculo na Escola Superior de Dança, frequentou o Hot Clube de Portugal e tem frequentado vários workshops de composição e improvisação coreográfica e de performance e multimédia. Trabalha regularmente como intérprete com Tiago Guedes e destaca também o trabalho realizado com o colectivo IGLOO.
Criou Falling Up (Teatro Camões, 2007), Renée Adorée (Alkantara Festival/Teatro Maria Matos, 2006) e Good Girls (2004), todos com música ao vivo. Representou Portugal na III Bienal dos Jovens Criadores da CPLP. Em 2008 é convidada a representar Portugal no Festival Internacional de Dança em Macau com os seus trabalhos.
Em 2006 criou com Eduardo Raon o projecto musical Ela Não É Francesa Ele Não É Espanhol. Ocasionalmente colabora com artistas plásticos (Catarina Campino, Ana Pérez Quiroga), com companhias de teatro (Inestética Companhia Teatral) e com músicos (Pedro Moreira, I-Wolf/Sofa Surfers – Áustria).
O seu trabalho tem sido apresentado em Portugal, França, Eslovénia, Moçambique e na Federação Russa.
Em 2005 fundou a Zut!, produtora que promove os seus objectos artísticos.

Edgar Santinhos (1978), licenciado em Escultura pela FBAUL – Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e com formação complementar em Direcção de Actores, Introdução à Película, Captação de som para Cinema e Vídeo e Sistemas Interactivos na Restart – Escola de criatividade e novas tecnologias, divide as suas actividades em diversas áreas das artes visuais: instalação, instalação-vídeo, vídeo arte e vídeo. A sua filmografia incluí os trabalhos Wireframe Ballet, CitySkin, Untitled Sequence v.1.1, Of.Balance, Vago[a], Adriadne Remix e 1min.noise, que participaram em vários festivais de cinema e vídeo (IndieLisboa – Festival de Cinema Independente, Festival de Curtas Metragens de Vila do Conde, OFFF – 5º Festival de Arte Digital e Música Electrónica, CCCB, Barcelona e 6 th Young Guns Film Festival, Singapura.

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