Começaram as obras no Olympia








LA FÉRIA INICIA RECUPERAÇÃO DO OLÍMPIA
O antigo cinema vai dar lugar a um teatro e a uma escola de artes do espectáculo. As obras arrancam hoje e devem estar concluídas daqui a seis meses.

O encenador Filipe La Féria inicia hoje a recuperação do antigo cinema Olímpia, que será transformado num novo teatro e a numa escola de artes do espectáculo. As obras devem estar concluídas daqui a seis meses.

La Féria refere que avança para este projecto sem apoios estatais e que pretende que o futuro Espaço Olympia venha dar uma nova dinâmica àquela zona histórica da baixa de Lisboa.

Situado na Rua dos Condes (bastante próximo do Politeama, o outro teatro de La Féria), o Olímpia é um dos mais antigos cinemas da capital. Foi inaugurado em 1911 como animatógrafo, funcionando no andar superior o Cabaret Olympia, que mais tarde deu lugar à Casa de Moçambique.

Nos primeiros anos o Olympia funcionou também como teatro. Foi ali que António Ferro proferiu as suas célebres conferências sobre o Modernismo. Nos últimos anos foi transformado num cinema de filmes pornográficos.
Alexandre Costa in Expresso


"QUERO FAZER NO NOVO OLYMPIA UM TEATRO SHAKESPEARIANO"
Projecto. Filipe La Féria vai abrir uma Escola de Artes do Espectáculo no antigo cinema

La Féria passa a trabalhar nos teatros contíguos Politeama e Olympia, que será escola
As obras que começaram por estes dias têm um prazo de seis meses para concluir a reconstrução do velho cinema Olympia, nos Restauradores, fechado há vários anos, desde que deixou de exibir filmes pornográficos.

O futuro do edifício continuará na senda dos espectáculos, por vontade do empresário e encenador Filipe La Féria, que ali tenciona erguer uma Escola de Artes do Espectáculo e usá-lo como pequeno teatro, com capacidade para cerca de 300 lugares.

"Não quero fazer aqui um teatro convencional. O palco é pequeno, dá para fazer um teatro shakespeariano, com três balcões de público à volta. A sala terá a altura do edifício, dois andares", explica ao DN Filipe La Féria.

O encenador ficará com dois teatros contíguos: o Politeama, que arrendou, implantado na Rua dos Condes e com a segunda porta de saída para a Rua Portas de Santo Antão; e o Olympia, que comprou, situado nesta segunda artéria. Porque La Féria quer deixar a marca dos seus espectáculos na área.

"Antigamente esta zona era de prostituição, mas agora vem cá público de todo o lado e mudou essa imagem. Quando abrir o Olympia este ambiente será ainda mais visível. E não desisto enquanto não fizer aqui um 'Passeio da Fama', para lembrar os grandes actores e empresários portugueses. Já fiz a proposta ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa e ele ficou entusiasmado com a ideia. Esta zona de Lisboa é a nossa 'Broadway'..."


Almodóvar para inauguração

La Féria decidiu que a inauguração do Olympia, prevista para final do ano, inícios de 2010, será com uma peça de Pedro Almodóvar. "Tenho os direitos sobre Tudo sobre Minha Mãe, peça que deverá marcar a abertura do teatro".

Mas a grande função do novo Olympia será a de agregar gente nova, através da futura Escola de Artes do Espectáculo. "Sempre que preparo um espectáculo tenho entre 600 a mil candidatos a cantores, actores e bailarinos", adianta La Féria, acrescentando que "neste momento há uma verdadeira paixão da juventude pelo teatro musical".

Assim sendo, o empresário tenciona ministrar todas as disciplinas inerentes a este tipo de espectáculo, que também inclua coreógrafos, cenaristas, técnicos de som e outros.

"A escola será para ganhar dinheiro", argumenta Filipe La Féria, precisando que deverá ser "uma escola que leve os alunos ao palco como os ingleses. Gosto de misturar nos meus elencos grandes profissionais com jovens que vêm pela primeira vez a uma audição. Onde se veja a mistura do saber com os outros saberes que têm os jovens. Esse é o segredo dos espectáculos".
Leonor Figueiredo in DN


ARRANCOU A RECONVERSÃO DO OLYMPIA
O antigo cinema lisboeta Olympia, adquirido por Filipe La Féria para dar lugar a um novo teatro e a uma escola de artes e espectáculo, entrou ontem em obras. A reconversão, sem apoios estatais, estará concluída dentro de seis meses.

Filipe La Féria não arrisca datas para a inauguração, mas a peça de estreia está mais do que acertada. "Será com uma adaptação do filme Tudo Sobre Minha Mãe, de Pedro Almodóvar", garante ao JN o encenador, que vai investir no Olympia mais de meio milhão de euros.

O Olympia, é um dos mais antigos cinemas da capital, mas estava à muito decadente. Foi inaugurado em 1911 como animatógrafo e acolhia, no andar superior, o célebre Cabaret Olympia, mais tarde foi convertido na Casa de Moçambique. É justamente neste piso que La Féria quer erguer a escola de artes cénicas. O teatro, em baixo, "será mais alternativo, diferente do Politeama", assegura.

Durante a primeira década de existência o Olympia funcionou também como teatro. O encenador recorda que foi no Olympia que António Ferro proferiu diversas conferências sobre Modernismo. E Estevão Amarante, que ganhou notoriedade com a participação em filmes da Série Negra e Westerns americanos, também subiu ao palco do Olympia. Nos intervalos, eram os espectadores que marcavam os lugares, amarrando lenços às cadeiras.

Nos últimos anos, o Olympia entrou num período de profunda degradação que culminou no encerramento, não sem antes se dedicar à exibição de filmes pornográficos e uma frequência muito diferente daquela que granjeou nos tempos áureos.
Telma Roque in JN

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