Carlos Castro recorda Milú no Correio da Manhã






Uma vida recheada de êxitos
Milú, a menina da rádio

Foi das mulheres mais fascinantes da rádio, cinema e teatro. Marcou uma época dourada com a sua belíssima presença. A fascinar multidões. No canto/encanto em cantar com aquela voz cristalina, era conhecida como a ‘menina da rádio’.

Conheci-a após chegar de Angola. Ficámos amigos e os nossos encontros e conversas foram sempre bonitos. Premiei-a com um ‘Troféu Prestígio’ por uma carreira de êxitos.

Aos 12 anos estreou-se a cantar na Emissora Nacional. No teatro de revista trabalhou ao lado dos grandes da época. Ao cantar ‘A minha Casinha’ e ‘Cantiga da Rua’ registava a sua caminhada de popularidade. No cinema, ‘O Grande Elias’, ‘Costa do Castelo’ e ‘O Leão da Estrela’ tornam-na mais conhecida.

Tinha uma admiração pelos realizadores que a dirigiram, nomeadamente por Arthur Duarte e Ribeirinho. Em 1960 casa de novo e abandona a vida artística, mudando-se para o Brasil. Algumas aparições na TV e a gravação de uns discos. Volta a Portugal e entra no filme ‘Afinal o diabo era outro’. No teatro, ‘Meninos vamos ao vira’, no Laura Alves, foi a sua última revista.

Em 2007, José Fonseca e Costa e a Casa do Artista realizam a grande homenagem no Teatro São Luiz, Lisboa. Milú apareceu no palco com um longo vestido azul e foi recebida com uma trovoada de aplausos. O Presidente da República, Cavaco Silva, agraciou-a com a Ordem Militar de Santiago e Espada.

Neste final Milú já nada via, a cegueira tinha tomado aqueles olhos lindos, tão expressivos. Morreu a 5 de Novembro de 2008. A eterna menina da rádio continua viva nas nossas memórias.

Carlos Castro
Foto de Natália Ferraz

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