"Elizabeth e as Águas do Pacífico" no Instituti Franco-Português






De 9 a 21 de Fevereiro de 2010 no Auditório do Instituto Franco-Português em Lisboa
Avenida Luís Bívar, 91
Reservas: 96 406 59 18
www.ifp-lisboa.com

Elizabeth e As Águas Verdes do Pacífico é a junção de dois monólogos que se completam, de Philippe Minyana e Nuno Gervásio. É a palavra em fusão, um emaranhado de questões existenciais subtis, escondidas na futilidade das histórias contadas, numa urgência extremamente forte, quase vital.
Estas personagens lutam pela sobrevivência. Pessoas comuns, iguais a nós, desta vez com um projector sobre elas, com 30 mn, 40mn de antena, não mais. É preciso contar tudo, é preciso expulsar tudo, e elas fazem-no sem pensar, sem ordenar, sem voltar atrás.
Um grande papel para as pequenas vidas destas personagens. Confundem, sem se questionar, o que elas são e o que as rodeia. Os sonhos são simples. Elizabeth sonha com a coroa de Miss. Estes objectivos são o seu único álibi existencial. A Mãe perdeu a capacidade de sonhar.
E então, a palavra é cortada, como se apaga uma luz. Nada se resolve, nada se conclui verdadeiramente. Porque, no fundo, já não há solução. Restará a esperança e os sonhos.
É sobre a vida humana, como matéria-prima do teatro, que queremos falar. Acreditamos que o teatro tem um papel fundamental na criação de opiniões e consciência, e isso é possível se o público se reconhecer no que se passa em cena. E estas duas personagens são parte de nós, são família, são vizinhas.
Estas duas mulheres lutam contra o conformismo. Tipicamente portuguesas, nascidas sob o fatalismo que assombra esta cultura, representam duas realidades distintas: a da Mãe, que, em tempos, sonhou, e cuja vida oca está longe de se parecer com os artigos das revistas côr-de-rosa que ela lê e analisa; e a da Elizabeth, que arquitecta planos no seu quarto para poder fugir.. Por um lado, o conformismo e a resignação, e pelo outro a esperança de uma existência melhor, longe, nas águas verdes do Pacífico. Enquanto a Mãe já não espera que nada mude, a Elizabeth traz em si um laivo de frescura que nos faz desejar que todos os seus projectos se concretizem.
Duas histórias humanas, reais, que se completam. Um retrato fiel de uma sociedade, de duas gerações. Uma luta contra o “deixar-se estar”, uma ode aos sonhos e à esperança. É a palavra das pessoas, a sua crueza, exposição e nudez, em toda a força e violência que o real impõe, que queremos partilhar.
Ficha Artística:
Encenação: Luísa Ortigoso
Interpretação: Maria Dias
Tradução e adaptação: Maria Dias
Autores: Philippe Minyana e Nuno Gervásio
Desenho de Luz: Vasco Letria
Figurinos: Ana Brum
Produção: Royal Teatro Livre
Apoio Instituto Franco-Português, Centro Nacional de Cultura

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