"CHANGES" no Teatro Nacional D. Maria II








direcção Pedro Penim
professores responsáveis:
design de cena António Lagarto
dramaturgia Armando Nascimento Rosa
produção Marisa F. Falcón e Miguel Cruz
professores de apoio:
voz Maria Repas
corpo Luca Aprea

alunos actores Ana Marta, David Granada, Emilio Sanchez, Gustavo Vargas, João Duarte Costa,
Manuel Moreira, Marta Barahona Abreu, Nuno Fernandes, Nuno Leão, Óscar Silva, Paulo Neto,
Pedro Barreiro, Samuel Alves e Tiago de Almeida Dias
alunos de design de cena Carmo Medeiros, Miguel Morazzo e Rute Reis
alunos de dramaturgia Ricardo Marques
alunos de produção Catarina Mendes, Francisca Rodrigues e Joana Galeano
gabinete de produção ESTC Pedro Azevedo, Conceição Alves Costa e Rute Reis
mestra de guarda-roupa ESTC Olga Amorim
apoio à construção de cenografia Oficina do TNDM II
parceria TNDM II e Escola Superior de Teatro e Cinema
M/16

CHANGES, o espectáculo que não é espectáculo porque é exercício, mas que é espectacular.
Os finalistas do curso de teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema têm o orgulho de apresentar:

CHANGES, espectáculo construído a partir de canções, video clips, situações inesperadas, entrevistas, comentários do youtube, artistas plásticos, Dieter Lesage, revistas, banda desenhada, chats, vídeos virais, filosofia, cinema, hot medium, design, rapidshare, estrelas pop, rock, Jankovski, glam, retro, vintage, new wave, protopunk, freaks, do amor, da guerra, programas de outros espectáculos, sacos de plástico, telemóveis, brinquedos, ócio, cortes superficiais, cultura geral, quarto do Paulo, internet, Giorgio Agamben, nada, cabeleiras, ditaduras, souvenirs, pirataria, fotos, passeios na praia, M. Craig Martin, copos de água, adereços em porcelana, metereologia, Beuys, idiossincrasias, cold medium, colagens, brancas, beijos, publicidade, Warhol, coisas, ineficácia, poemas, fontes, estátuas, pontes, latas, caixas, pianos, discurso directo e indirecto, cinismo, Duchamp, lagostas, estética relacional, público, identidade, efémero, imanência, co-presença, estilo, laranjas, plágio, vietnamitas, ucranianas, brasileiras,
portuguesas, Sierra, streaming, difusão, 3G, diários, semanários, mensais, implantes, denúncias, mal-entendidos, Babel, mediatismo, tele-vendas, Bourriaud, sociedade de figurantes, mito, produtividade, simbolismo, jardins, zeitgeist, teatralidade, Virilio, psyche, prazos, pc, conferências, Groys, vigilância, mac, tigres, God speed…

Este exercício procura apresentar-se numa forma instável de renovação constante. Feliz Ano Novo! E recomeça. A grande interrogação proposta é se poderá haver uma presunção de que há qualquer coisa para ensinar, para transmitir, no que à arte diz respeito.
A decisão de, pelo menos, tentar manter as incoerências próprias de um diálogo deste género feito em conjunto é a
única justificação para o título do espectáculo, mesmo que estas incoerências se percam depois de cada um dizer o que pensa.
São estes momentos de incoerência que são o centro da discussão. É fundamental provocar essa mesma instabilidade para que se gere conhecimento, e a dúvida para que se possa definir um percurso.
“Ch-ch-changes, pretty soon now you’re gonna get a little older.” David Bowie
Pedro Penim

CHANGES foi uma mudança que se instalou em todos os que participaram no projecto. Todas as semanas os alunos trabalharam temas diferentes com um grupo de pessoas diferentes, e é nessa mudança instalada que se define o carácter deste espectáculo.
Como no Project Runaway, um reality-show onde os participantes são aspirantes a estilistas e são constantemente postos à prova, também esta turma foi incumbida de missões que teria de cumprir no espaço de uma semana.
Na fase inicial do ateliê, foram convidados artistas de diferentes áreas para introduzirem os temas que teríamos de desenvolver e, na conclusão de cada missão, seguiam-se as diferentes apresentações que funcionavam como concurso; o júri era constituído pelo professor e pelo convidado. O grupo vencedor ganhava o direito de escolher o tema que mais lhe agradasse na missão seguinte.
A dramaturgia do espectáculo constituiu-se a partir de entrevistas, conferências e ensaios onde diferentes artistas estabeleciam e problematizavam a forma como encaravam o seu trabalho. Entre textos com perspectivas mais ou menos radicais, o trabalho dos alunos era apropriarem-se desses textos e reconfigurá-los à medida das suas dúvidas e daquilo que eles queriam experimentar. O texto resultante de todo o processo serve esse propósito da constante instabilidade e mudança imposta pelos múltiplos pontos de vista que cada artista quer veicular à sua obra. É um texto que afirma e se contradiz mantendo a sua própria coerência.
CHANGES é um espectáculo que celebra a mudança e a pluralidade de possibilidades na arte, encontrando na renovação constante uma forma de melhor assimilar diferentes perspectivas artísticas.
Ricardo Marques

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