Teatro Nacional D. Maria II #3


Diogo Infante foi afastado após suspender programação anual

Viegas quer anunciar novo director do D. Maria II na próxima semana

O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, conta divulgar o nome do novo director artístico do Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) “ao longo da próxima semana”, lê-se numa breve nota enviada à imprensa. “Competirá à administração do TNDMII em funções, em conjunto com o novo director artístico, definir e assegurar todas as questões respeitantes à programação do teatro.”

A substituição do ainda director artístico do teatro, Diogo Infante, foi anunciada quarta-feira, depois de o teatro nacional ter enviado para jornais, rádios e televisões um comunicado em que anunciava a suspensão da programação para 2012, caso o secretário de Estado não encontrasse uma solução para aumentar o orçamento do teatro para o próximo ano.

Diogo Infante, que foi nomeado em 2008 e que se encontrava em funções interinamente (o seu contrato terminou em Setembro), garantiu no referido comunicado que, com o corte orçamental previsto para 2012 – menos 36%, contando com as reduções acumuladas dos dois últimos anos, 2010 e 2011 – não teria condições para assegurar a programação do próximo ano, divulgada no Verão. Mais tarde, em resposta ao PÚBLICO, Infante mostrava-se disposto a abandonar o cargo: “Se o Governo entender que o TNDMII deve tornar-se um espaço de acolhimento, cedência e aluguer, deixará de fazer sentido um projecto artístico. Nessa circunstância, naturalmente colocarei o meu lugar à disposição.”

A resposta da secretaria de Estado da Cultura (SEC) não tardou. No comunicado que enviou ao fim da tarde de quarta-feira através do seu assessor para a comunicação, João Villalobos, Francisco José Viegas informava que a SEC não tinha intenção de reconduzir Diogo Infante a mais um mandato como director artístico e atribuía o corte orçamental superior a 20% – o valor aplicado a todo o sector empresarial do Estado e, por isso, extensível aos teatros nacionais de São Carlos e São João – ao facto de a administração do Nacional se ter recusado a reduzir custos nos anos anteriores.

Lucinda Canelas in Público

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