FITIJ em Santarém



Santarém vai receber, de 01 a 08 de outubro, 43 espetáculos de teatro, por grupos de seis países, manifestações artísticas de rua, oficinas de arte e residências artísticas na 13.ª edição do Festival Internacional de Teatro e Artes.

Carlos Oliveira, do "Teatrinho de Santarém", grupo que iniciou o Festival Internacional de Teatro para a Infância e Juventude (FITIJ) em 1993, disse à Lusa que a edição deste ano se insere no modelo iniciado em 2015, "mais inovador, mais dinâmico, mais diversificado, mais envolvente, em termos de cidade e de concelho", abrangendo sete áreas de criação artística, quatro delas pela primeira vez.

Durante uma semana, grupos amadores e profissionais de Portugal, Brasil, Espanha, Inglaterra, Itália e Noruega atuam em salas de espetáculo, escolas e largos nos concelhos de Santarém, Almeirim e Cartaxo, acolhendo a Incubadora d'Artes (a funcionar numa antiga escola primária no centro histórico de Santarém) sete atividades artísticas a funcionar diariamente para crianças.

Cinco espaços de Santarém -- Teatro Sá da Bandeira, W Shopping, Palácio Landal, Hotel Santarém e uma loja devoluta no número 111 da rua 1.º de Dezembro -- vão receber, a partir de dia 01 de outubro, seis exposições de fotografia, artes plásticas e de adereços teatrais.

O novo modelo do FITIJ inclui ainda ações de formação -- em voz, dança e 'commedia dell'arte' (pela Neamera Compagnia Teatrale, de Itália, com participação dos alunos do curso de Artes do Espetáculo da Escola Secundária Ginestal Machado) -- para o público em geral e uma residência artística em dança contemporânea com alunas do Círculo Cultural Scalabitano e do Conservatório de Música de Santarém.

Quatro 'flashmob', "que acontecerão inesperadamente e surpreendentemente ao virar de uma esquina", duas intervenções de arte urbana, uma delas, de João Domingos, dedicada às "mulheres de Santarém", com fotografias "gigantes" na Calçada 66, em frente ao W Shopping, e uma pintura mural de grandes dimensões, de Francisco Camilo, na traseira do edifício, são outras iniciativas programadas.

Diogo Cocharro andou a recolher sons da cidade para uma instalação sonora com recurso a tecnologias digitais, "Scalsonnus", que irá estar no número 11 da rua 1.º de Dezembro, numa outra novidade de um festival apostado em pôr "a arte na rua", frisou Carlos Oliveira, que destacou ainda a "viagem no tempo" numa visita que será proporcionada pelo Museu Diocesano de Santarém.

O FITIJ teve a sua primeira edição há 24 anos, intercalando, durante um período, com a Bienal Internacional de Palhaços e Artes de Circo. Depois de um interregno de quatro anos por falta de apoios, regressou em 2015 com "nova dinâmica", realçou Carlos Oliveira.

Nelson Ferrão, da comissão organizadora, destacou a importância das parcerias neste novo modelo, que é feito em conjunto com a Fundação INATEL, e do crescimento dos apoios à edição deste ano, sublinhando, contudo, a necessidade destes "serem protocolados para um período acima de um ano" e assegurados atempadamente, "para permitir confiança e crédito".

O responsável lamentou a ausência de resposta da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, à qual foi solicitada colaboração na comunicação e divulgação do evento.
Lusa

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