Orçamento Participativo: outra forma de financiar teatro


Vencedor de proposta de teatro sublinhou que esta vitória salva a companhia que a tutela não apoiou. Ministro ouviu

Sentado na primeira fila, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, ouviu ontem um protesto de um dos 38 vencedores do Orçamento Participativo Portugal (OPP). Sem que houvesse lugar a discursos, David Taveira de Carvalho, do projeto O Teatro e as Serras, apresentado pelo Filandorra - Teatro do Nordeste, de Alfândega da Fé, não se inibiu de (mesmo sem microfone) agradecer um prémio que "vai salvar a companhia de teatro", naquela vila transmontana que tinha deixado de ter "apoio do Ministério da Cultura".

No final da cerimónia, que decorreu no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, o ministro disse aos jornalistas que falou com o responsável do projeto, explicando--lhe como é curto o orçamento do gabinete, mas sublinhou a ideia de que o OPP é uma forma criativa de procurar fontes de financiamento para as atividades.

No caso de O Teatro e as Serras são cem mil euros que o Ministério da Cultura agora dispõe para implementar (em Alfândega da Fé) "quatro polos de criação artística que envolverão equipas multidisciplinares nas áreas da escrita, dramaturgia e cenografia da representação e performance".

Luís Filipe Castro Mendes confessou aos jornalistas que espera ver "aumentado" o orçamento da Cultura para 2018. "Vamos ver", disse.

A cultura foi também a área mais beneficiada com 14 projetos entre os 38 vencedores (como já tinha adiantado o DN), aspeto recebido com satisfação pelo ministro.

Ontem, a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, deixou a garantia de que "o governo vai assegurar a execução de todos os projetos vencedores" do OPP.

Já a secretária de Estado da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, explicou que "cada uma das áreas da administração do Estado vai incluir nos seus orçamentos e planos de atividades estes projetos vencedores" - num total de 3,18 milhões de euros. E acrescentou: "Os proponentes vão ser parte colaborante com o Estado na concretização dos projetos."
Miguel Marujo in DN 

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