Teatro Angolano - José Mena Abrantes elogia avanços nas artes


O teatro angolano tem estado a evoluir significativamente, razão pela qual merece mais apoios e acompanhamento de todos os intervenientes directos e indirectos no processo de consolidação e afirmação, disse,  em Luanda, o dramaturgo José Mena Abrantes.

O dramaturgo e director do Elinga Teatro, homenageado desta edição do Circuito Internacional de Luanda (CIT), que decorreu de 1 de Julho a 17 de Setembro, em Luanda, afirmou ter constatado aspectos positivos a nível da actuação e representação dos grupos de teatro.
O homenageado desta edição que encerrou no domingo, na Liga Africana, explicou que há actores com talentos, mesmo sem uma formação sólida no domínio das artes cénicas, com particular destaque para o teatro. “Os actores já conseguem facilmente transmitir emoções, sensações, emoções e ideias, de maneira a criar empatia com o público.”
José Mena Abrantes encorajou a organização do CIT e agradeceu o público, por valorizar o evento e criar uma maior aproximação entre os actores, porque sem o mesmo, dificilmente, existiria teatro no país. “Prefiro ficar mesmo nos bastidores, porque subir ao palco para representar é um acto de coragem”, confessou. 
Embora tenha constatado ainda algumas debilidades dos grupos de teatro, do ponto de vista estrutural, na duração das cenas, ocupação do espaço, aproveitamento e arranjo cénico, o director do Elinga Teatro ficou satisfeito com os avanços registados nos grupos ao longo das exibições no Circuito Internacional de Teatro, que este ano decorreu sob o lema “CIT- 50 anos de Mena”, numa homenagem ao dramaturgo angolano pelo contributo prestado em prol do crescimento das artes cénicas no país.
Inserido no projecto “Cultura para Todos” do grupo de teatro Pitabel, o homenageado foi distinguido com o Prémio Carreira  e um quadro de pintura do artista plástico Guilherme Mampuya, para além de ter recebido outros brindes de pessoas singulares.
Durante a cerimónia, foram entregues prémios nas categorias Grupo CIT para Feloma Mussangala, Público CIT para Maria Flora, Melhor Actriz para Efigénia da Silva, Melhor Actor a Sebastião Cristóvão e Artista CIT atribuído ao Adilson Vunge. 
A organização do CIT fez ainda a entrega de diplomas de participação para algumas empresas que apoiaram  a iniciativa, como Unitel, Ansozi, AGI, Academia Fundo de Pensões e Marazol.

Intercâmbio cultural
Na ocasião, o director nacional da Acção Cultural, Vieira Lopes, agradeceu a participação de todos os fazedores do teatro e a organização pela excelente colaboração e dedicação que permitiu a realização com êxito da segunda edição do CIT. “O Governo de Luanda está engajado, na divulgação e promoção do teatro e vamos continuar a ser parceiros das boas iniciativas.”
O director do CIT, Adérito Rodrigues “BI”, disse ter sido uma experiência positiva, numa fase em que o país está a viver momentos de contenção financeira, mas com determinação e dedicação foi possível ultrapassar as principais  dificuldades.
Adérito Rodrigues destacou os principais objectivos do CIT, que passou fundamentalmente por promover, divulgar e internacionalizar o teatro angolano, trazendo o “mundo para Angola e levar Angola para o mundo.”
Um total de 50 grupos e companhias de teatro participaram na segunda edição do CIT, sendo 40 nacionais e dez estrangeiros, oriundos do Brasil, Moçambique e Portugal, com dois cada, Cuba, Itália, Cabo Verde e França, com um. Os ingressos para os espectáculos de teatro custam dois mil kwanzas para individual e seis mil para seis membros da mesma família. A iniciativa visa incentivar o intercâmbio  entre grupos  e companhias  de teatro de Angola e de outros países, bem como valorizar o processo de criação das  artes cénicas e estimular a produção  do teatro.
Este ano, a iniciativa contou com o apoio da operadora de telefonia móvel Unitel, razão pela qual a terceira edição do circuito vai ser realizada sob o lema “CIT - Stop Malária”.
A direcção do circuito trabalhou nesta edição com a parceria do Governo Provincial de Luanda, de órgãos de comunicação social estatais e privados.
Amilda Tibéria in Jornal de Angola
Fotografia: Contreiras Pipa | Edições Novembro da peça “O preço do fato” do grupo Pitabel que foi exibida no encerramento do circuito de teatro


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