Festival de Teatro de Curitiba termina com recordes e mais de 200 mil espectadores


Com o tema 'O Festival para Todos', evento contou com quase 400 espetáculos - 100 deles gratuitos - em 39 praças e ruas e cerca de 300 sessões ao ar livre.

A 27ª edição do Festival de Teatro de Curitiba terminou com recordes e marcos importantes: dez anos de Gastronomix e do Guritiba, 15 anos de Risorama e 3 anos de Interlocuções (com sessões esgotadas em praticamente toda a programação).

Foram 12 dias de uma intensa programação, quase 400 espetáculos - 100 deles gratuitos - em 39 praças e ruas e cerca de 300 sessões ao ar livre.

Mais de 200 mil espectadores estiveram envolvidos nos diversos eventos: Mostra – com 29 espetáculos convidados por uma curadoria; Interlocuções – debates, palestras e eventos que aprofundam a experiência artística; Fringe; MishMash - show de variedades; Guritiba – para crianças; Risorama e Gastronomix.

Um dos destaques dessa edição foi o Fringe - recorte do festival com participação espontânea, sem curadoria. Com um número recorde de mostras, 20 ao todo, o evento permitiu mais visibilidade das companhias, após um planejamento bem feito.

“Quando a gente tem um ano com 400 atrações cadastradas, acho que a segmentação é importante para facilitar a divulgação e ajudar aqueles que tem interesse no Festival a se localizar. E para aqueles que não conhecem, ou não tem interesse, desejem vir”, conta Leandro Knopfholz, diretor do Festival de Curitiba.

O festival recebeu artistas de 14 estados e quatro países: Portugal, Chile, Uruguai e Colômbia.”Nosso desafio é acomodar quantos espetáculos estejam dispostos a vir, desde que sejam profissionais. Isso traz o ônus de arcar com as salas para apresentações”, conta Leandro.

Participação na região metropolitana e acessibilidade
Nesta edição, o Festival chegou a região metropolitana – Pinhais, São José dos Pinhais e Araucária - além das ruas da cidadania no CIC, Boqueirão, Tatuquara, Boa Vista e Centro.

Com participação do público e calorosa recepção, os espetáculos comprovam a importância da arte na formação de um tecido social mais coeso, tolerante e mais respeitoso.

“Há uma discussão e um entendimento sobre a importância de colocar a cultura no centro das gestões. Mas, na hora do planejamento isso não acontece e muitos órgãos públicos dependem de patrocínio externo para viabilizar uma programação cultural”, conta Leandro, que avalia um impacto bastante positivo das ações realizadas neste ano.

A acessibilidade foi ampliada e diversas atrações, em todos os segmentos do festival – incluindo o Gastronomix - contaram com audiodescrição para atender às pessoas cegas e tradução em libras, para as pessoas surdas.

'O Festival para Todos'
Com o tema “O Festival para Todos”, proposto pela curadoria de Guilherme Weber e Marcio Abreu, o Festival de Curitiba cumpriu seu objetivo. Isso ficou claro não só na programação proposta para a Mostra - que teve espetáculos como “Domínio Público” e “Denise Stoklos em Extinção” - como em toda a programação gratuita, os bate papos promovidos após os espetáculos, entre outros.

Para Leandro Knopfholz, o tema é importante e traz coerência para a programação, mas não é só isso.

“Vivemos hoje divididos, cada um com sua opinião, seu comportamento, sua crença. Nossa função é trazer todos para o mesmo lugar. Ver que o teatro é capaz de provocar sensações e reações, mesmo em meio a opiniões e comportamentos divergentes é, na minha opinião, a maior contribuição do Festival de Teatro de Curitiba”, afirma Leandro.
Por Renata Sguissardi Rosa, G1 PR, Curitiba

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